domingo, 5 de julho de 2009

O JARDIM ENCANTADO

Por Eneida Moraes Miranda Zahler


Quando morava em Goiânia, GO, na minha infância, eu visitava várias casas, mas uma era especial para mim.
O jardim da frente era composto por roseiras de várias cores. A casa era decorada com muito bom gosto em todos os cômodos. A sala de jantar onde todos faziam as refeições abria-se para uma varanda em frente a um belo jardim composto por gramado, pequenos arbustos floridos, ervas medicinais, especiarias e pomar. Entretanto o que mais me encantava eram os periquitos australianos que eram criados soltos.
Uma das moças que habitava aquela casa e gostava muito de mim era a “dona” daqueles lindos e coloridos bichinhos.
Acredito que, de vez em quando, voavam pelas redondezas mas sempre voltavam para o jardim, onde encontravam comida, água e locais aconchegantes para dormir.
Eles pousavam levemente na cabeça daquela maravilhosa moça e bicavam carinhosamente as suas orelhas e iam escorregando pelos seus cabelos compridos, pousavam no seu ombro, no seu colo e saíam voando docemente para o jardim; e, depois de algum tempo, voltavam para a encantadora de periquitos australianos.
Hoje moro em Brasília, DF, em um apartamento pequeno. Gostaria de ter mais espaço para mais livros, discos, uma boa mesa de jantar, uma cozinha grande para receber meus amigos. Gostaria também de ter um jardim, horta e pomar.
Quando penso como seria esse lugar, lembro-me das casas em que já morei, das várias que já visitei, mas aquela casa do jardim encantado é a que mais vezes me vem à lembrança.

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